Grupo Granado tem equipe própria de criação e museólogos que inspiram novos produtos.
A Granado e a Phebo são aquelas marcas que despertam uma mistura de sentimentos na gente. Quem nunca teve a sensação de voltar no tempo ao olhar para as imponentes e clássicas embalagens da Granado? Ou uma onda de curiosidade e prazer com as fragrâncias tão naturais e exóticas da Phebo?
Por muitas e muitas décadas, essas duas empresas operaram de maneira independente, cada uma no seu setor.
A Granado foi aberta em 1870, no Rio de Janeiro, pelo português José Antônio Coxito Granado, como uma “pharmácia” que manipulava extratos vegetais de plantas, ervas e flores brasileiras cultivadas em seu próprio sítio, em Teresópolis.
A empresa logo conquistou fama nacional ao se tornar fornecedora oficial da Corte portuguesa no Brasil, chegando até a manter uma “amizade” com Dom Pedro II que, em 1880, conferiu à Granado o título de Farmácia Oficial da Família Imperial Brasileira.
“A Granado é uma marca tradicional e muito querida pelos brasileiros. Hoje em dia, nós tentamos fazer um resgate da Granado do século passado, usando o titulo de marca da família imperial, que é algo que ninguém mais pode ter”, contou Higo Lopes, gerente de Marketing do Grupo Granado.
Curiosamente, a Phebo também foi criada, anos depois, em 1930, por imigrantes portugueses: os primos portugueses Antonio e Mario Santiago, em Belém, no Pará.
Aproveitando sua localização no coração da Amazônia, a Phebo tinha a ambição de ser uma perfumaria de luxo do Brasil. Começou sua história lançando o Sabonete Odor de Rosas, em formato oval, uma inovação para o tradicional sabão de coco, branco e retangular da época.
A Granado e a Phebo escreveram suas histórias de maneira paralela durante décadas, até que, em 2004, elas se cruzaram. A então perfumaria de luxo foi comprada pela Granado em um momento em que a pharmácia passava por um projeto de expansão e diversificação dos negócios.
Em 1994, depois de anos sendo controlada pela família Granado, a empresa foi vendida para o inglês Christopher Freeman.
Na verdade, Freeman tinha sido contratado pela Granado, que enfrentava uma crise financeira, para encontrar um investidor ou comprador para assumir toda a empresa. Porém, decidiu ele mesmo virar o dono do negócio, em uma reviravolta digna de enredo de cinema, e comprou o empreendimento.
Hoje consolidado no Brasil e no exterior, inclusive com loja em Paris, o Grupo Granado é um dos clientes da Vosso. Nós fabricamos os cartões de visitas dos funcionários da companhia e de todas as lojas da rede.
“Trabalhar com a Vosso foi uma revolução, pois gera um enorme ganho de tempo para nós”, confessou.
Apesar da inovação e da fase de expansão internacional, um dos segredos de sucesso do Grupo Granado é justamente manter vivas a memória e a história das marcas aqui no Brasil.
“Temos duas museólogas no escritório da Barra da Tijuca que cuidam de um acervo riquíssimo dos produtos, com rótulos antigos, tudo relacionado à história da Granado e que pode inspirar novas criações”, contou Lopes.
Um desses relançamentos é a Suzette, nome de uma linha completa de produtos de beleza da Perfumaria Helios, divisão de luxo da Granado na década de 1910.
“Estamos lançando um produto chamado Suzette, que é, na verdade, o relançamento de um produto de 80 anos atrás. Também estamos criando a Carioca, que era um chá da década de 30, mas relançamos como fragrância de sabonete”, explicou o diretor de marketing do grupo.
Com tantos detalhes históricos e referências, o grupo Granado optou, há 15 anos, por estabelecer uma house de criação. “Todo conteúdo é criado internamente, pois aqui a gente conhece a história da empresa e a importância dela. É mais prático que relatar tudo para uma agência externa”, afirmou Higo Lopes. “Somos vintage, mas modernos”, concluiu.